quinta-feira, 31 de julho de 2014

Histórias Estranhas #21: Pale Luna

Podemos nos deparar com histórias bizarras e estranhas mundo a fora.
No último post, um cara achou um room meio estranho que o acompanha até hoje.
Na história de hoje, será sobre um jogo de text-adventure dos anos 80, que tinha um pouco mais de terror real do que ficcional.

Pale Luna

Nós últimos 15 anos ficou muito mais fácil obter aquilo que você está procurando, apenas digitando algumas coisas. A internet fez com que tudo ficasse muito fácil usar um computador para mudar a realidade. Toda a informação não está muito distante com uma ferramenta de busca, chegou ao ponto de ser difícil imaginar a vida não sendo assim.
Ainda assim, uma geração atrás, quando as palavras “streaming” e “torrent” não tinham muito significado fora conversas sobre água, as pessoas se encontravam cara-a-cara participando de encontros de troca de softwares, jogos eram trocados lá e também aplicativos em flopy-diskets de 5,5 polegadas.
Claro, muitas vezes os encontros eram bem simples, pessoas simples da comunidade trocavam jogos populares como Kng’s Quest e Maniac Mansion entre si. Mas, tinha alguns poucos programadores talentosos que faziam seus próprios jogos de computadores para compartilhar em meio ao seu círculo de conhecidos, os quais passariam adiante, até que, se fosse divertido o bastante e bem feito, um jogo independentemente desinvolvido tinha seu lugar nas coleções de aficionados pelo país.
Acho que isso era o equivalente dos anos 80 a um vídeo viral.
Pale Luna, por sua vez, nunca circulou fora da área da Bay Area de San Francisco. Todas as cópias conhecidas foram eliminadas, todos os computadores que já chegaram a rodar o jogo, agora são detrito enterrado debaixo de camadas de sujeira e poliestireno. Esse fato é atribuido a um número um pouco confuso de escolhas de design por seu programador.
Pale Luna era um jogo de aventura em texto, no mesmo jeito de Zork e The Lurking Horror, num tempo que era dito que esse estilo estava saindo de moda lentamente. Assim que iniciava o jogo, o jogador se deparava com uma tela quase totalmente branca, exceto pelo texto:
-Você está em uma sala escura. A luz da lua brilha através da janela.
-Tem OURO no canto da sala, junto de uma PÁ e uma CORDA.
-Tem uma PORTA para o leste.
-Comando?
Então começa o jogo que um escritor de uma revista que deixou de ser publicada a muito tempo descreveu como “enígmatico, absurdo e completamente injogável”. Visto que os únicos comandos que o jogo ia aceitar eram PEGAR O OURO, PEGAR A PÁ, ABRIR A PORTA e IR PARA O LESTE o jogador via logo o seguinte:
-Recolha o seu prêmio.
-PALE LUNA SORRI PARA VOCÊ.
-Você está numa floresta. Tem caminhos para o NORTE, OESTE e LESTE.
-Comando?
O que enfureceu rapidamente rapidamente os poucos que jogaram o jogo era a confusa natureza bugada da segunda tela em diante – apenas uma das direções seria a correta. Por exemplo, nessa ocasião, um comando que não fosse ir para a direção NORTE resultaria no sistema congelando, exigindo que o jogador reiniciasse o computador em si.
Além disso, qualquer tela subsequente parecia simplesmente repetir o texto acima, com a única diferença sendo as direções disponíveis. Pior ainda, o texto de comandos padrão parecia ser inútil: os únicos comandos não relacionados a movimento aceitor eram, USAR O OURO, que fazia o jogo mostrar a mensagem:
-Aqui não.
USAR A PÁ, que conduzia a:
-Agora não.
E USAR A CORDA, que mostrava o texto:
-Você já usou isso.
Muitos que chegaram no progresso do jogo, após algumas telas iguais a estas, ficavam fartos de ter que reiniciar e acabavam jogando o disquete com desgosto, descrevendo a experiência como uma desastrosa farça de programação. Mesmo assim, tem uma coisa no mundo dos computadores que continua sendo verdade, não importando a geração: algumas pessoas que o usam tem muito tempo em suas mãos.
Um jovem rapaz chamado Michael Nevins, decidiu ver se Pale Luna tinha mais do que se dava pra ver. Cinco horas e 33 telas consecutivas de tentativa e erro e cabos de computador desconectados, ele finalmente conseguiu com que o computador mostrasse um texto diferente.
O texto nessa área nova era:
-PALE LUNA DÁ UM SORRISO LARGO.
-Não tem mais caminhos.
-PALE LUNA ARREGANHA SEU SORRISO.
-O solo é macio.
-PALE LUNA ARREGANHA MAIS SEU SORRISO.
-Aqui.
-Comando?
Se passou outra hora antes que Nevins chegasse a combinação certa de frases para que o jogo progredisse mais: CAVAR BURACO, DERRAMAR OURO e então COBRIR BURACO. Isso fez com que a tela mostrasse:
-Parabéns.
–– 40.24248 ––

–– -121.4434 ––
Assim o jogo parou de aceitar comandos, pedindo que o usuário reniciasse mais uma vez. Após algumas ponderações, Necis chegou a conclusão de que o jogo se referia a linhas de latitude e longitude –– as cordenadas levavam a um ponto na extensa floresta que dominava o Lassen Volcanic Park que estava nas proximidades de onde ele morava. Como ele tinha mais tempo livre do que bom senso, Nevis jurou ver Pale Luna totalmente além de seu fim.
No dia seguinte, com um mapa, uma bússula e uma pá, ele andou pelas trilhas do parque, sem surpresa alguma de como cada volta que ele dava no parque correspondia exatamente a rota que ele tomou no jogo. Considerando que no começo ele se arrependeu de trazer a pesada ferramenta de cavar por intuição, a semelhança dos caminhos confirmaram suas suspeitas de que aquela jornada iria acabar com ele cara-a-cara com um excêntrico tesouro.
Sem fôlego, após uma corrida até as coordenadas, ele ficou agradavelmente surpreso ao topar com um caminho de terra irregular. Cavando, tão escitado quanto ele estava, seria um eufemismo dizer que ele estava surpreso quando ele bateu sua pá com força contra uma cabeça de uma garotinha loira que se decompunha.
Imediatamente Nevins contou o ocorrido as autoridades. A garota foi identificada como Karen Paulsen, 11 anos, reportada a polícia de San Diego um ano e meio antes. Foram feitos esforços para achar o programador de Pale Luna, mas o quase anonimato da área aonde a comunidade de troca de jogos operava resultou em muitos becos sem saída.
Os colecionadores são conhecidos por pagarem mais de seis dígitos por uma cópia autêntica do jogo.
O resto do corpo da Karen nunca foi encontrado.


Fonte: Creepypasta Wiki.

Espalhem o medo!

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