Podemos nos deparar com histórias bizarras e estranhas mundo a fora.
No último post, vimos que um cara tentou decifrar O Código.
Na história de hoje veremos o relato de um cara que tinha um companheiro de trabalho que era muito quieto, quito até demais...
Eu sou apenas um encarregado do caixa
Eu me despedi do último cliente, desliguei a minha caixa
registradora e andei até a sala de descanso. Meus pés estavam me matando e
estava muito feliz que meu estafante turno de 8 horas já estava na metade. Na
sala de descanso estava Joe sentado. Ele era um cara legal, eu acho, só que ele
era meio... Quieto. Ele só chegava, fazia o trabalho que tinha de ser feito e
ia para casa. Porra, o gerente estava pegando no pé dele por não dizer
“Obrigado por vir ao Kwik-E Mart!” Quando os clientes estavam indo embora. Dei
apenas um leve sorriso, como um gesto amigável, e segui para a geladeira, não
pensando nem duas vezes nisso. Estiquei minhas mãos e peguei minha Coca diet e
minha salada.
Me sentei em frente ao Joe e ele nem reagiu. Ele não olhou
para mim, acenou, disse “oi”, nada disso. Como eu disse, ele era um cara meio
sombrio. Abrindo a Coca e deixando aquele som familiar afastar os momentos
estranhos que estavam se aproximando. Entre as mastigadas, decidi tentar
começar uma conversa. Talvez o motivo de ele ser tão quieto é porque ninguérm
nunca tentou falar com ele antes.
“Cara” eu disse, com a boca cheia de alface, “o terceiro
turno é um saco, né?” Ele olhou para mim, meio espantado e apenas concordou com
a cabeça. Dando outra mordida, levei um segundo para analisar o Joe e ver se
podia identificar os interesses dele. Julgar um livro pela capa é ruim, sei
disso, mas eu tinha que tentar. “Então,
cê comprou o novo jogo do Call of Duty? Eu tenho um lá em casa, é muito bom
cara.” “Sim” ele disse num sussurro bem baixo. Dei a última mordida na salada e
tomando o último gole do meu refrigerante, então dei um tchau pro Joe e segui
para o banheiro antes de voltar a trabalhar. Conforme passava pela frente da
loja, meu gerente me parou, “Ei!” ele disse, me segurando pelo braço, “Não
demore muito lá. Temos pessoas reclamando na loja.” Concordei com a cabeça,
então continuei seguindo ao meu destino. Era meio esquisito ter tanta gente no
terceiro turno, mas imaginei que devia ter algum tipo de festa em algum lugar e
as pessoas queriam cerveja. Enquanto começava a mijar, pude ouvir meu chefe
gritando o mais alto póssivel na sala de descanso.
“Quantas vezes eu te disse?” ele gritou “Apenas diga
obrigado! Porra, é tão difícil assim?” Agora sabia que ele estava falando com o
Joe. Me senti mal pelo cara. Ele tinha mais ou menos a minha idade, por volta
de 22, e ele apenas estava tentando receber dinheiro, como todos nós. A
gritaria acabou por volta de um minuto depois e quando estava prestes a sair do
box do banheiro, a porta de entrada do banheiro abriu com tudo, batendo contra
a parede. Conseguia ver pó de concreto caindo lentamente da parede. Assustado
pra caralho, voltei pra dentro do box do banheiro, me sentei com meus joelhos
próximos do meu peito. Estava com medo de espiar pra ver quem era, mas supus
que fosse o Joe. Também estaria puto se alguém gritasse comigo daquele jeito.
Foi quando ouvi, era quase inaudível sobre o som estático das lâmpadas
fluorescentes no teto. Ele estava resmungando baixinho para ele mesmo.
Primeiramente, parecia reclamações normais, até que apróximei minha orelha da
junção da parede com a madeira e tentei decifrar aqueles resmungos. Quando as
palavras que ele dizia ficaram claras, meu sangue gelou, mais do que o ferro
que eu estava próximo.
“Ele vai aprender. Ele vai ter o que merece, ah sim. Todos
vocês vão ver.”
Meu coração desacelerou. O que ele queria dizer com aquilo?
Ele ia bater nele? Fiquei sentado em posição fetal, imaginando o que ele iria
fazer. Cheguei a conclusão de que era melhor tentar falar com ele. Deixei meus
pés tocarem o chão e me levantei vagarosamente. Foi aí que ouvi outro som que
me fez travar de medo. Escutei um pente sendo colocado dentro de uma pistola e
balas sendo colocadas dentro dela. Tentei abrir a porta do box, mas a prota
estava emperrada.
“Joe!” eu gritei. “Não faça isso!” A porta do do banheiro
abria lentamente. Joe me respondeu “Isso é algo que você deveria ter previsto.
Tem de ser feito.” A porta do banheiro se fechou lentamente conforme ele saia.
“Joe! Volte aqui!”
Chutei a porta do box do banheiro com toda a força que pude
juntar, e a porta chacoalhou, tremeu, e abriu. Ouvi gritos e corri para a
entrada da loja. Todo mundo estava parado, em choque, morrendo de medo. Joe
estava de pé lá, com sua 9mm em punho e apontando para o gerente, diretamente
entre os olhos dele. O gerente estava com suas mãos acima da cabeça e tremendo
de medo.
“Joe” ele falou, “Você não precisa fazer isso. S-só abaixe a
arma e podemos entrar num acordo.” “Não tem nada pra entrar num acordo!” Joe
gritou. Ele estava começando a chorar. “Você fodeu com a minha vida pela última
vez!” Fiquei parado lá em estado de absoluto terror, que mais eu podia
fazer? Eu sou só um encarregado do
caixa. Peguei meu celular e digitei 911.
“911, qual a sua emergência?”
“Eu sou um encarregado do caixa no Kwik-E Mart. Nós temos um
funcionário que está apontando uma arma para o gerente.” Joe e o gerente
estavam gritando um para o outro, quando do nada, a pistola derrubou-o. Ele
estava caido no chão, e Joe estava de pé sobre ele, com sua arma apontando pra
testa dele.
“Policiais foram mandados para aí. Eles estarão aí em alguns
minutos.”
“O.K.” disse “O que devo fazer?”
“Apenas dê espaço a ele. Não de nenhum motivo para ele
atirar.”
“O.K.”
Gotas de suor escorriam pelo meu rosto, a tenção era tanta
que dava pra sentî-la no ar. Pelo que pareceram horas, fiquei vendo o Joe
gritar e xingar o gerente. Ele ficou falando sobre como ele o tratava mal e
como ele ia “ter o que mereçe.” Finalmente as sirenes podiam ser ouvidas fora
da loja e teve uma estranha sensação de alívio por alguns segundos.
Os policiais entrou com tudo e sacaram as armas,
imediatamente apontando para o Joe.
“Me deixem em paz!” O Joe gritou. Ele começou a bater de
leve a arma contra a sua cabeça. “Calem a boca! Calem a boca! Calem a boca!”
“Senhor, acalme-se e jogue sua arma no chão!” disse um dos
policiais. Não fazia ideia alguma de o que estava acontecendo e por que ele
estava gritando daquele jeito. “Senhor, abaixe a sua arma, senão iremos começar
a atirar!” Os gritos de Joe pararam e ele começou a rir como um maniaco. Era
uma risada horrivelmente distorcida que quase não parecia humana.
A risada continuou por alguns minutos, antes de ele se virar
para o gerente que estava chorando no chão.
“Obrigado senhor! Sem a sua ajuda nunca teria tamanha
coragem para isso!” Joe balançou um pouco a arma e puxou o gatilho, mandando
uma bala direto no crânio do gerente. O sangue começou a sair, todos os que
estavam lá se assustaram e alguns até vomitaram. Apenas fiquei olhando com
medo, incapaz de forçar até palavras pra sairem da minha boca. A risada maniaca
voltou e se alastrou pela loja.
“Atirem quando a ordem for dada!” um dos policiais gritou. Contei
oito tiros antes que Joe caísse no chão e mesmo assim, quando a arma foi tirada
da mão dele e ele se encontrava caido no chão e sangrando, ele ainda ria aquela
gargalhada horrenda e conseguiu se manter vivo até a chegada da ambulância.
Nunca soube se o Joe sobreviveu após isso, mas descobri que
ele foi diagnosticado com esquizofrenia, o que explicou o episódio daquele dia.
Isso foi a três anos atrás e eu consegui um novo emprego desde então. Estou
feliz em ter deixado tudo para trás desde aquele dia. Mas eu juro, ainda
consigo ouvir o Joe me chamando quando estou tentando dormir.
“Robert” ele me chama “você esteve lá por mim, agora eu
estou aqui para você!”
Por que ele estaria aqui para mim? Eu sou só um
encarregado do caixa.
Fonte: Creepypasta Wiki.
Espalhem o medo!
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