terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Review: Penadinho Vida!


“É talvez... Talvez... Às vezes, não parecemos o que somos.”

Já de início temos uma referência a Motörhead na primeira página da história, já digo de início que esta graphic MSP é recheada de referências a músicas. O design do cemitério me agradou bastante. A piada do morto dizendo que não tem paz no cemitério foi uma sacada bem legal e a aparição da cegonha foi algo realmente fascinante, a própria sombra dela impondo muito respeito.
Eu apreciei muito as expressões faciais da Alminha, na verdade achei ela de um design melhor do que o próprio Penadinho. Algo que será recorrente nessa história será a tiração de sarro sobre o amor não correspondido que Penadinho tem pela Alminha, está feita por Zé Vampir e Muminho. A referência a música 2 minutes to midnight do Iron Maiden e a referência a Mr. Crowley do Ozzy Osbourne foram muito bem posicionadas.
Admito que a cena em que o Frank ergue a cerca e assim rompendo o próprio quadrinho me surpreendeu, realmente gostei desta cena. Uma piada não intencional de Muminho, que disse que, roubar tesouro dos outros na época dele era digno de maldição, foi bem engraçado, pouco depois seguido pela cara de pavor do mesmo é digno de umas boas risadas.
A forma que a chuva é mostrada nessa HQ é realmente bonita. Uma referência a música Creatures of the Night da banda Kiss foi uma referência inteligente. O rapaz forasteiro que tenta afastar eles parece um youtuber que eu aprecio muito, Mysterious Mr. Enter. A ideia de usar um mapa estilo Legendo of Zelda pra poder mostrar todo o trajeto percorrido sem perder muitas páginas foi genial, gosto desse visual de jogo antigo. Referencia a música The house on the Hill da banda Mercyful Fate foi uma ótima sacada (e, diga-se de passagem, é uma boa música também).
A Jarra de Almas tem dois pontos que me agradaram, as almas girando dentro dela e a forma com que as laterais do quadro foram feitas tremidas para dar uma sensação de morte mesmo, penosa, de sofrimento. Zé Vampir ter gostado do estilo de roupas do Sr. Cowley, o garoto adora roupas estilo fraque. Me surpreendi pelos tais trigêmeos serem tão, fofinhos. E a reação do Frank ao ser atacado por um dos diabinhos foi impagável.
Os amuletos que a D. Morte tem no seu cajado. Apesar de eu apreciar mais a D. Morte da saga da Umbra. Já a maneira em que a D. Morte acabou com a bagunça de todas as almas livres foi bem, anti-profissional.
Gostei muito de ver como foram as notas e o trabalhão que foi fazer esta HQ foi muito legal. E também ver as tirinhas antigonas de origem dos personagens.
Enfim, esta entrou para as minhas favoritas da Graphic MSP, seja com o traço meio dark que não deixa de demonstrar que a maioria dos personagens ainda são crianças, ou pelas referências a músicas e algumas outras coisas, ou pelo jeito como a história se desenrolou até o final.
A única coisa que me desagradou foi que no fim da história dá-se a entender eu em algum lugar, um casal dará a luz a um bebê natimorto, em vista que a alma de Alminha não reencarnou e não foi mencionado que a Cegonha iria em busca de outra alma.
A meu ver, a história seria mais interessante se mostrasse muitos anos no futuro, durante o enterro da garota que a alma de Alminha foi reencarnar, poucos minutos depois do fim do funeral, ela se virasse e visse Penadinho e este falasse “Esperei tantos anos para poder rever você, mas valeram a pena. Esperaria séculos se fossem necessários, pois nosso amor vai muito além da morte.”

See you, Virtual Cowboy!

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