quinta-feira, 19 de junho de 2014

Histórias Estranhas #15: Círculo!

Podemos nos deparar com histórias bizarras e estranhas mundo a fora.
Hoje veremos a história de um cara que se deparou com uma espécie de maldição durante uma viagem.

Circulo

Postado originalmente por Allen Jacoby em /x/, /b/ e por alguma rasão desconhecida em /d/. A creepypasta ainda pode ser encontrada no blog do Jacob pelo endereço: http://terriblygoodstuff.blogspot.com/2011/06/circle-creepypasta.html.

OK, pessoal. Estou aqui porque preciso da ajuda de vocês. Não tenho muito tempo (estará escuro em breve, entende?), mas eu sei que o 4chan em geral, é o lugar pra ir quando você precisa achar alguma coisa ou alguém em um curto período de tempo. Tudo que eu preciso é um nome. É muito tarde para mim, não conseguirei fazer muita coisa, exceto repassar o nome. Essa é a chave para continuar vivo, o nome. Isso me lembra Doctor Who, não é? Toda vez que o Doctor descobria o nome da coisa, seja lá o que fosse, parava na hora e ele dizia algo chistoso ou descobria como derrotar a coisa, ou pelo menos ele conseguia fugir com seu ajudante. Maldito Doctor Who. Referências super nerds num momento como esse. Mas, estou exausto. O Sol está se pondo. Então aquilo virá atrás de mim.
Tudo começou no verão passado. Eu tinha acabado de receber meu bacharelado em filosofia (soa como um desperdício de dinheiro, mas eu já tenho um emprego ao meu dispor, sorte minha, eu acho) e meu meio-irmão, a namorada dele e eu estávamos atravessando a Europa. Nós somos garotos brancos, riquinhos e mimados, exceto a namorada do meu meio-irmão, Sarah. Ela é mimada, rica e grega. De qualquer forma, nós demos a volta completa, começando pela Inglaterra, depois pela França e em todo o continente, foi realmente legal. Uma experiência incrível, mesmo que isso custe muito dinheiro.Nós planejamos concluir nossa viagem na Grécia, aonde a família da namorada do Dave (esse é meu meio-irmão) tem algumas propriedades em uma ilha. Ela e Dave viviam brincando que iam me fazer namorar uma das primas dela e eu estava ficando muito ansioso por isso. Alem de que eu estava melhorando e me aprimorando em mitologia grega, então estava esperando aprender todo tipo de coisas maneiras e talvez ver algumas ruínas. Eu as vi, tudo bem, mas eu desejava não ter visto elas. Mas, eu chegarei lá.
Então chegamos a ilha e conhecemos a família da Sarah, e as primas dela são bem gatas, bonitas pra caramba, mas elas não quiseram nada comigo. Na verdade, elas pareciam estar mais interessadas no Dave, o que chateou a Sarah, mais do que qualquer coisa. Então ela me usou como desculpa para afastar o Dave delas e fomos ver algumas cavernas no outro lado da ilha. O que arruinou as minhas chances com aquelas fabulosas garotas gregas, mais ainda, mas foda-se, eu sou um nerd, cavernas são legais e eu queria vê-las. Então, saímos e fomos. E quando chegamos lá, era tudo que pode-se esperar. As praias tinham areia branca, eram bonitas e ensolaradas. Essas cavernas eram vulcânicas ou algo assim, eu não sei ao certo, mas as pedras eram pretas e brilhantes, tipo, com um perfeito contraste pra fotos. Sarah foi a frente, conversando com a gente o tempo todo, agarrada no Dave. Posso dizer, eles estavam ficando bem românticos e eles nunca me quiseram fazendo companhia (eu fui apenas uma desculpa para se afastarem), então decidi ser educado. Eu sei, você nunca sai sozinho num filme de terror, mas era uma pequena, bela e ensolarada ilha na Grécia, não podia ter mais de uma milha quadrada e eu tinha uma lanterna. Enquanto David e Sarah ficaram na parte principal da caverna, se beijando, eu liguei minha lanterna e segui mais fundo, eu podia notar que estava desviando um pouco para a direita e descendo um pouco, mas isso não me preocupava, vocês vêem, esta é a diferença. Em filmes e histórias de terror você sempre se preocupa antes das coisas ruins acontecerem, mas eu não me preocupei. Nada de cabelos em pé, sem arrepios, somente a calma. E eu ainda conseguia respirar normalmente e caminhar também (só estava me agachando um pouco) quando do nada o chão acabou. Caí por alguns segundos dentro de um buraco escuro.
Bati contra o chão com força. Depois fui descobrir que tinha fraturado o meu cóccix, mas no momento era apenas uma dor que me aborrecia. Eu caí sobre o que parecia ser um monte de galhos secos e eu ainda tinha derrubado a lanterna. Mesmo assim, ainda não tinha entrado em pânico, a lanterna era uma daquelas super-resistentes tipo Mag-Lite **nota do tradutor: tipo aquelas lanternas de segurança** e eu tinha certeza de que poderia encontrá-la. E esse tipo de certeza, meus amigos, é recompensável. Meus dedos se fecharam em volta do metal frio da lanterna e eu devo admitir, houve um momento que eu estava com medo de ligá-la. Eu murmurei uma prece pra seja lá pudesse ouvir e parei meu polegar parado um pouco antes de empurrar o botão de borracha. A lanterna iluminou logo a minha frente, mas quase desejei que não tivesse, pois eu podia ver todo o chão em volta de mim e aquilo que parecia velhos e secos galhos, eram ossos.
Velhos mesmo, como posso dizer, tipo, poderiam ser ossos do Socrates, é esse nível de velho que eles eram, quebrando bem em baixo de mim. Depois de mais ou menos um minuto, superei meu pânico e comecei a olhar em volta, objetivamente. Tinha muitos ossos, o bastante para cobrir todo o chão daquele espaço de 10 pés por 10 pés. As paredes eram bem escuras, o mesmo material vulcânico que o resto da caverna, exceto por um ponto, estava a mais ou menos 5 pés do chão, algo foi pintado em vermelho na parede. Um círculo. Somente um inofensivo e discreto círculo, embora ele tivesse sido pintado num vermelho entorpecido que praticamente tinha cara de ser sangue humano. Omiti um arrepio e andei até aquilo, meus pés esmagando e quebrando ossos, mais ossos e mais ossos secos (haha), cheguei bem perto, a luz da lanterna brilhando nele, ainda assim, parecia bem inocente, só estava fora de lugar. Então aproximei meu dedo e gentilmente toquei o círculo vermelho. Então eu senti. Todo o medo e pavor que eu deveria ter sentido desde o momento que eu caí naquele lugar. Eu podia sentir algo, como o sangue, os gritos e a dor passando pelas paredes daquela pequena câmara, como se fossem camadas de tinta e antes de perceber, eu estava gritando, não clamando por ajuda, somente um grito gutural, tipo de homem das cavernas. Dave e Sarah me acharam quase que no mesmo momento. Eu não consigo me lembrar deles aparecendo, ou me tirando daquele lugar, mas eu devo ter continuado gritando até eles me tirarem de lá, porque enquanto continuamos a viagem, eles continuaram a me perguntar o que foi que eu tinha visto. Eu não podia contar a eles sobre o círculo, não sei porque. Sempre que eles me perguntavam, eu respondia pra eles “Ossos. Eu vi ossos.” E na maior parte do tempo, eles me deixaram sozinho. Eles tinham um ao outro. A viagem acabou dois dias depois e eu estava aliviado de subir no avião. Pois desde que eu tinha saído daquela caverna, não conseguia dormir. E eu não sou o tipo de cara que consegue ficar dias sem dormir, caramba, não gosto nem de ficar acordado até tarde. Mas após a noite que saí da caverna, não conseguia só me deitava, acordado, não conseguindo me mexer, apenas sentindo ansiedade por algum motivo. Toda vez que fechava meus olhos, sentia que precisava escancará-los na hora. A segunda noite depois da caverna, a noite antes de irmos pra casa, foi pior. Não era mais só a ansiedade. Era a sensação de que algo estava fazendo com que eu ficasse ansioso. Meus olhos, constantemente, observavam toda a escuridão, obcecado pela sensação de que alguma entidade rastejando fora do alcance da minha visão, me perseguindo, me assistindo. Nunca vi nada, nenhum monstro, só sentia. Mas, no segundo que pus o pé dentro daquele avião, me senti protegido. Seguro. Dormi todas as 10 horas que levaram para chegar em casa e me senti descansado o bastante para esquecer de todo o sofrimento.
Até aquilo me surpreender. Não sei exatamente quanto tempo se passou, não mais que duas semanas e para falar a verdade, eu tinha me esquecido de todo aquela bizarrice. Tinha acabado de começar uma posição de administrador num escritório de um amigo da faculdade e estava me encaixando (muito bem até) a todo aquele dinheiro que eu ia faturar. A vida ia bem, eu estava feliz, tudo indo bem, blá-blá-blá. Então aquilo me surpreendeu. A primeira noite foi a mesma coisa, só ansiedade, preocupação, a inabilidade de dormir. Eu sabia o que era, mas achei que estava repassando a experiência, ou era desadaptação para trabalhar ou algo assim. Tentei parar com isso racionalmente e esquecer disso. A noite anterior a isso, eu até consegui dormir. Claro, na terceira noite, a ansiedade estava de volta e como uma vingança, fiquei sentado na cama a noite toda, luzes acesas, procurando e escutando alguma coisa, algo que estava lá fora, caçando. Isso foi a duas semanas atrás.
Eu sei que vocês não acreditam em mim. Ignorando tudo que eu falei de monstros, uma pessoa não consegue viver muito bem sem dormir, mas eu estava conseguindo. Eu tirei uns cochilos, talvez foi isso que me permitiu continuar. Mas a cada noite, a ansiedade ficava mais e mais forte, e com aquela sensação de que algo estava lá, me prejudicava. Eu sabia da existência dele, sabia que ele era algo concreto, um monstro que existia, mas não sabia ao certo o que ele era. Se eu soubesse ao menos o que ele é, qual é a aparência dele, o que ele queria, eu poderia pará-lo... Ou lutar contra ele... ou fugir. A quem eu quero enganar? O que aquilo quer? Aquilo quer a mim! E mesmo com um nome, eu não poderia lutar contra aquilo. Mas talvez, caso descubra o que aquilo é, antes de ser pego, eu escreverei o seu nome nas paredes. Ou desenhar um círculo. De qualquer forma, a hora chegou. O Sol se pôs, posso realmente sentí-lo. Essa noite, é a noite. Aquilo está faminto.



Bom pessoal, agora o quadro Histórias Estranhas será postado em toda sexta feira e também em todo dia 13 de todos os meses.

Até o próximo Histórias Estranhas!

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