Como eu havia dito antes, eu postaria alguns textos meus. Eis aqui o primeiro, de muitos, que pretendo postar aqui. Tentarei escrever regularmente...
Diário do detetive Boër; Página 12
6 de outubro
Depois de sair de minha suspensão por ter matado o procurado
que deveria ter sido levado a questionamentos, resolvi sair da força policial
de Londres. Uma que não queria ser deslocado para outro lugar, o que acontece
com todo policial que comete um erro como o meu e o outro motivo é que não aguento
mais ouvir o delegado Clyde! Aquele gordão de sobretudo dá no saco de qualquer um. Não é a toa que a
mulher dele se mudou com o filho pra Leeds a fim de cuidar dos estudos do
menino!
Enfim aluguei um escritório pequeno em West End e usei um
contato para colocar um anúncio de busca de assistentes no jornal. O que não
imaginei era que ninguém, literalmente ninguém, iria responder... O endereço
está certo, o anúncio todo foi impresso do jeito que eu pedi.
...
Incerto do que fazer, resolvi ir a um pub, nada como um
Scotch para ordenar meus pensamentos. Lá foi onde conheci uma mulher, bela, com um olhar
cativante, cabelos encaracolados e compridos, que passavam do ombro. Seu
vestido vermelho agarrado ao corpo não escondia o fato de estar usando um
corset. Ela possuía uma piteira que exalava um estranho odor de menta e um belo
par de luvas que faziam com que suas lindas mãos parecessem feitas de
porcelana. Enquanto tomava meu segundo copo, ela se aproximou de mim e, antes
mesmo de chegar, senti que aquele olhar penetrante aquecia minhas costas. Ela
se sentou ao meu lado na mesa. Lentamente levei meu olhar a ela, que tinha um
sorriso pequeno, como o de uma criança que gostaria de me contar alguma
travessura que ela fizera e ninguém sabia. Dei um riso de canto de boca antes
de perguntar educadamente o que ela queria. Ela me respondeu, após piscar os
olhos como se fosse um gato curioso com algo nunca visto antes.
“Gostaria de saber o que um cavalheiro está fazendo sentado
aqui, sem uma companhia.”
Ainda mantendo meu sorriso forçado, respondi calmamente que
não estava interessado nesse tipo de serviço. Ela, antes de responder, deu uma
pequena tragada e soprou a fumaça na direção do meu rosto.
“Um cavalheiro decidido, é assim que eu gosto. Não gostaria
mesmo de ter uma conversa mais íntima?”
Neste ponto, o pouco que tinha de meu sorriso já havia
desaparecido, acenei ao homem atrás do balcão e ele colocou mais uma dose no
meu copo. Ela parecia ter percebido o meu total desinteresse, mesmo assim
continuou sentada ao meu lado e chamou o bartender.
“Gostaria de um licor, de menta, por favor.”
Já não mais olhava para ela, porém sentia seu olhar
prestando atenção em cada movimento meu. Vagarosamente terminei minha dose
enquanto era acompanhado pela dama que agora mais do que nunca exalava um forte
odor de menta. Paguei minha conta, me levantei e saí do pub. Após subir as
escadas, fui andando calmamente pela viela escura até chegar à próxima rua onde
se localiza meu pequeno escritório com uma cama. Estava pensando que amanhã
teria que contatar o jornal, perguntar se alguém não tinha aparecido por lá
perguntando sobre o anúncio, quando senti novamente aquele olhar penetrante que
me encarava, focando minha nuca. Senti um toque leve em meu ombro e ouvi
novamente a voz da bela dama.
“Um verdadeiro cavalheiro se lembra de dar adeus a uma dama.
Vamos nos encontrar novamente...”
Ela seguiu a minha frente e virou para o lado oposto a que
eu iria seguir.
Apenas quando cheguei ao escritório, fui tirar
meu casaco, é que notei que minha carteira havia sumido! Mas quando? Só podia
ser aquela dama que havia me roubado. Ainda bem que não levara muito dinheiro
na carteira, mas eu hei de encontrá-la!
Em breve o próximo capítulo, ou vou intercalar com outro texto!
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