segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Drinking the problems away...

Novamente ele desce a rua
Quem é ele? Como ele se chama?
Ninguém sabe, ou se lembra
Nomes não importam
Datas são apenas números esquecidos
A mão que treme leva o gargalo até a boca
Lágrimas escorrem dos olhos
O sabor que antes era amargo, agora...
Não é mais nada
A língua está inutilizada
A garganta parece apenas um boeiro
As mortes dos entes queridos
Agora são apenas pesadelos
As mortes que talvez tenham sido causadas por ele
Não passam de pesadelos
Os gritos de dor, os ossos que pareciam de vidro
A resistência que não existe mais
Não passam de pesadelos
Momentos alegres só se teve naquela mesa de bar
Mas, um sorriso verdadeiro?
Faz mais de uma década que não ocorre
As pernas começando a fraquejar
Aquela sensação estranha no estomago de novo
As mãos ainda estão tremendo
A garrafa cai no chão
E vai rolando até o fim da colina
Nem ele lembra o próprio nome
Tudo são apenas palavras
Uma vez ditas o vento as leva
E o tempo faz com que elas sejam esquecidas
A inocência feita como um desenho na areia
Se desfez antes mesmo que ele tivesse noção
A visão está muito turva
Nem que ele se esforçasse ia poder reconhecer
Algum ente querido, ou uma de suas antigas paixões
Tudo virou trocados
Seus sonhos se quebraram
assim como uma garrafa ao cair no chão
Todos os trocados se foram
E viraram mais e mais garrafas
Aquela pontada estranha na coluna
Melhor se sentar no banco
Ele se deita
Fecha os olhos, e volta pro mundo de pesadelos
Que o segue mesmo quando acordado
Se ele morrer essa noite?
Não importa
Ele cavou seu tumulo com os cacos das garrafas
Que ele acúmulos por todos esses anos
A lua brilha forte no céu
Se ele acordar amanhã
Ele voltará ao bar e só saíra ao anoitecer
Ninguém mais se importa
Ele segue o que sobrou de sua vida
Drinking the problems away...


Até um próximo texto...

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