segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Jambo e Ruivão ou como me senti indiferente lendo algo baseado num desenho animado que eu nunca vi antes

"Eu me nego a inserir uma frase dessa história aqui" - Araneda, Stefano
O Selo Hanna Barbera Beyond da DC Comics me surpreendeu e muito nos últimos anos, Future Quest foi o primeiro título que li e curti pra caramba, juntando tantos heróis da HB de volta ao spotlight, Os Flinstones, ainda não consegui por as minhas mãos no volume 2, porém só o primeiro já conseguiu fazer com que me apegasse a história, num roteiro que colocou os personagens de Bedrock em momentos reais e problemas reais (e um pouco de fantasia, já que a família moderna da idade da pedra ainda faz parte de um universo de desenhos animados) e Muttley e Dick Vigarista, um título que eu adorei e muito roteirizado pelo grande Garth Ennis e ainda era a história que eu achei que ia fazer um review aqui pro blog, mas nada nunca é como a gente quer...
Então vamos começar pelo enredo, já que eu não posso falar do passado desses dois, já que eu nunca vi nenhum episódio do desenho deles (posso até assistir algo antes de postar). Estamos nos dias atuais e dois dos antigos titãs da comédia dos anos 60, Jambo o gato e Ruivão o cachorro, não são mais os astros da comédia televisiva e stand up que eles costumavam ser, sendo que dos dois apenas o gato ainda mora numa mansão. Porém mesmo o gato que devia ser astuto, acaba caindo num esquema e perde todo a grana que ele tinha. Ruivão trabalha em um mercadinho, vivendo pagamento por pagamento, a um longo tempo longe de seu maior vício. Ambos se odeiam, acima de tudo. Porém uma ocorrência de fora, que foi um incidente envolvendo uma mulher que trabalhava no setor de correspondência e um figurão de um estúdio, que resulta na promoção da mesma, é incumbida de juntar os dois pra um evento (uma Comic Con da vida) e depois ela acaba querendo reerguer a carreira de ambos. Porém, Pamela a recém promovida, após encaminhar os dois a um monte de entrevistas, perde eles para um titã do agenciamento que eles conheceram num encontro para recuperação de viciados que Ruivão foi por indicação dela. Depois eles participam de peças teatrais, filmes e comerciais. Finalizando numa espécie de vingança orquestrada pela antiga novata no mundo das agencias.
Quero começar a minha crítica pelo ponto que mais me incomodou durante a história, a arte. Não que eu tenha algo contra o estilo sem contornos, aliás eu gosto bastante dele como em Samurai Jack ou 6 Dezesseis, porém a arte do primeiro capítulo foi muito mais agradável, a súbita mudança no capítulo 2 em diante foi algo que não pude ignorar, a mudança súbita acabou por detonar a parte de apreciar a arte da HQ.
Aqui três trechos da HQ sendo o primeiro capítulo e dois pontos em outras partes.
Outra coisa que não posso deixar passar batido são as expressões faciais, principalmente da personagem Pamela, esta que teve no máximo 3 tipos, sendo que o mais usado é o de uma sombrancelha levantada e cara de desafiadora, no primeiro momento em que ela apareceu até o penúltimo quadro que tem o rosto dela, o qual a única diferença são luzes vermelhas que indicam que ela é má (algo que acho que nem é necessário ser representado dessa forma, apesar de não poder falar que apenas a expressão facial bastaria, já que nesse exato departamento ela falha mais).
Diversos momentos praticamente com a mesma expressão, me incomodou muito isso.
Já o andamento da narração não teve algo que eu tenha considerado um bom fluxo, mesmo nos melhores momentos, que foram os conflitos entre os principais e outros comediantes, eu não senti proximidade aos acontecimentos, não quis me colocar ao lado de ninguém. Mesmo a conclusão com a vingança da ex-novata no mundo do agenciamento de estrelas, me deixou com uma reação de tédio, SPOILER À FRENTE: mesmo tendo colocado ambos como um casal homossexual num seriado cômico, não passou a sensação de que Jambo ou Ruivão estivessem bravos, ofendidos, nem nada. Simplesmente eles foram forçados a trabalhar num seriado que eles não gostam e não tem como sair... Isso não é novidade nenhuma no mundo do entretenimento...
Os únicos momentos melhores realmente foram os de brigas com outros artistas cômicos, estes que haviam roubado piadas e rotinas cômicas deles e nos momentos parodiando talk-shows e programas de TV como South Park. Nestes momentos eu cheguei a crer que o Jambo estava prestes a se matar deixar de viver.
A HQ não valeu a pena para mim, acredito que mesmo que o desenho animado tivesse feito parte da minha infância, eu ainda diria isso.
Por ter uma arte que não me cativou, personagens dos quais eu não me apeguei ou sequer gostei, uma história morna demais sem nenhuma reviravolta interessante ou mesmo um roteiro que me cativasse de alguma forma, a nota que eu daria para essa HQ é 1/5 não aconselho a leitura, se quiserem uma história boa de um personagem que vive a sombra do passado e que hoje em dia está um caco eu recomendo Bojack Hoseman na Netflix.
Ah e mais um adendo, ao repaginar a revista após concluir o review, constatei que ela não contem a história Green Lantern/Space Ghost Special 1, mais uma falha dentro deste encadernado, e não adianta procurar outro encadernado desse pra vr se a história está dentro, não vale a pena.
Até algum dia com outro post! o/
See you Space Cowboy...

Nenhum comentário:

Postar um comentário